Mostrar mensagens com a etiqueta fotografia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta fotografia. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 22 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25298: Manuscrito(s) (Luís Graça): Quinta de Candoz: a sagração da primavera

 












Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Candoz> Quinta de Candoz > 21/22 de março de 2024  > "Aguarelas" da primavera ... No fundo do vale passa a linha do Douro (que liga Ermesinde ao Pocinho, numa extensão de 160 km)... Do outro lado é já concelho de Baião. E,  do lado direito, não vívísel nas fotos, o rio Douro, a barragem do Carrapatelo, o Porto Antigo, a serra de Montemuro, Cinfães...


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (Todas as imagens, exceto a primeira de cima, e as duas últimas, são  HDR - High Dynamic Range, tiradas sem tripé)



 1. A Quinta de Candoz, já nas faldas da serra de Montedeiras, ainda hoje assombrada pelo fantasma do Zé do Telhado (1816-1875) e do seu bando, tem múltiplos encantos ao longo do ano... Neste caso, na Primavera, que começou a 20 de março e vai até 20 de junho... 

Já temos poucas "cerdeiras" (cerejeiras) (o forte da cereja é o concelho aqui ao lado, Resende, já na margem esquerda do rio Douro, distrito de Viseu)... No passado, a Quinta de Candoz mandava muitos cestos de cerejas para o Porto, através do comboio da linha do Douro (que tem aqui, perto de nós, a estação do Juncal, outrora animada e florescente)... 

Por altura da Páscoa, as "cerdeiras"  são sempre deslumbrantes, quando estão floridas...  As "cerdeiras" e outras árvores de fruto... Mas também os carvalhos, que começam a ganhar folhagem... E as videiras, com os seus primeiros rebentos... 

E encantatória, mágica,  é sempre a água que vem, aos borbotões,  das nossas minas, ainda pura e fresca... Que pena não a podermos reter toda aqui... Vai ter à albufeira do Carrapatelo e, por fim, ao mar...

Aqui fica uma pouca amostra da "sagração da primavera" em Candoz, com votos de Boa Páscoa para todos os nossos leitores.  

Para nós, este vai ser um fim de semana muito especial, em que recordamos a "partida" da nossa querida Nita, Ana Carneiro (1947-2023) e, em sua homenagem, vamos lançar um vinho verde branco, com o seu "petit-nom"no rótulo, "Nita", uma edição especial, seleção 2023, 13º graus. Pela primeira vez  reunimos as condições tecnológicas e o apoio de enólogo para fazer um vinho que nos orgulha, que tem cheiros e sabores a "chá verde, espargos e flor de magnólia"... E que tem muita da alma, do perfume, da essência da nossa Nita, das suas memórias, vivências e referèncias.  Foi ela  que nos inspirou e reforçou a nossa vontade de manter vivo  o espírito de Candoz.

____________

Nota do editor:

Último poste da série > 19 de março de 2024 > Guiné 61/74 - P25287: Manuscrito(s) (Luís Graça) (248): Dia do Pai...

sábado, 13 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25063: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte IX: A caminho de França, a bordo de um vapor britânico... Foto de Joshua Benoliel, o pai do fotojornalismo português





Legenda: "A caminho de França: a bordo de um transporte" ('Cliché': Benoliel)


Capa da "Ilustração Portuguesa", II Série, nº 584, Lisboa, 30 de abril de 1917. Dir lit: José  Joubert Chaves. Edição semanal do jornal O Século. Preço avulso: 12 centavos (ou 0, 12 escudos). 



1. A mobilização de milhares de jovens portugueses para a guerra na Europa, já nos últimos dois anos (1917/18), mas também para África, para defesa das nossas colónias (nomeadamente Angola e Moçambique), suscitou viva comoção e natural interesse tanto por parte população como dos jornais da época. 

É nesta altura que se começa a afirmar o fotojornalismo, de que o Joshua Benoliel foi um dos pioneiros e, reconhecidamente, o maior do seu tempo.  

Temos aqui publicado algumas das fotos dos primeiros meses do embarque das tropas do CEP (Corpo Expedicionário Português), a caminho de França, transportadas por vapores britânicos... Já havia submarinos e a viagem (até Brest, no noroeste da França) não era isenta de riscos...

Treinados em tempo recorde, em Tancos (entre abril e julho de 1916, sob o comando político do então Ministro da Guerra, general Norton de Matos, e a direção operacional do general Fernando Tamagnini de Abreu), os nossos camaradas iam mal equipados para a guerra de trincheiras... E logo em abril de 1917 começaram a morrer os primeiros..."meninos da sua mãe" (como dirá o Fernando Pessoa). (É um dos poemas mais pungentes da nossa literatura: fala-nos não só da guerra e da  irremediável solidão da morte mas também, metaforicamente, da perda da infância, do colo materno, da inocência)

Fernando Pessoa
O MENINO DA SUA MÃE


No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas traspassado
— Duas, de lado a lado —,
Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino da sua mãe».

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lha a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
«Que volte cedo, e bem!»
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.


s. d.

Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). - 217.
1ª publ. in Contemporânea , 3ª série, nº 1. Lisboa: 1926.

Fonte: Arquivo Pessoa (com a devia vébia,,,)



Reprodução do poema "Menino da Sua Mãe", de Fernando Pessoa. In: "Contemporânea", série nº 3, nº 1, maio de 1926, pág. 47. (Diretor, José Pacheco, 1885-1934. (Fonte: Hemeroteca Digital de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa, com a devida vénia...)

___________

Nota do editor:

Úttimo poste da série > 7 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25043: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte VIII: mais um flagrante do fotógrafo Joshua Benoliel, no embarque do CEP para França: a cena tocante de um camarada que escreve, em cima do joelho, um bilhete-postal de despedida, para a família de um outro camarada

domingo, 7 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25043: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte VIII: mais um flagrante do fotógrafo Joshua Benoliel, no embarque do CEP para França: a cena tocante de um camarada que escreve, em cima do joelho, um bilhete-postal de despedida, para a família de um outro camarada






Legenda: "Expedicionários portugueses: escrevendo a um camarada uma carta para a família". ("Cliché": Benoliel)


Capa da "Ilustração Portuguesa", II Série, nº 575, Lisboa, 26 de fevereiro de 1917. (Edição semanal do jornal "O Século"; editor lit.: José Joubert Chaves; nº avulso: 10 centavos.)

Observações: O jornal diário, republicano, "O Século", custava 1 centavo (uma centésima parte do escudo, a nova moeda que valia mil réis da antiga). Com o início da I Grande Guerra, e a escalada dos preços, há uma crise do papel que vem afetar  brutalmente a toda a imprensa (nacional e estrangeira). O quilo de papel que, emPortugal,  custava 8 centavos, disparava rapidamente para os 50.

 "O Século" passará a custar 2 centavos (20$00 réis,  um vintém), a partir de 1 de fevereiro de 1918.  Era, a par do "Diário de Notícias", o jornal de referência dos lisboetas.  A imprensa escrita tem o seu "boom" nesta época, que antecede a rádio (anos 20) e a televisão (anos 50). Apesar da censura imposta pela entrada de Portugal no conflito (a declaração de guerra da Alemanha contra Portugal data de 9 de março de 1916), é apenas pelos jornais que as famílias têm notícias do  que se passa nos teatros de operações (na Europa e em África). Dado o seu custo, e a deficiência da cobertura da rede, o telefone era proibitivo.

Em 26 de fevereiro de 1917, a "Ilustração Portuguesa" custava (o número avulso) 10 centavos, não sendo portanto para todas as bolsas, estava apenas ao alcance da classes média, média alta e alta. (A edição de 4/2/1918 já custava 12 centavos e no final dos anos de 1918 e 1919, 15 centavos, passando a 20 centavos, no final de 1920.  Na época (1917, o salário médio entre os rurais era de 60 centavos,diários, um pouco mais alto entre o operariado fabril. A inflação, por seu turno, torna- se "milionária":  a valores atuais, o coeficiente de desvalorização moeda era superior a mil por cento: mais de 3 mil (para 1916), de 2,4 mil (para 1917) e de 1,7 mil (para 1918).


1. O fotojornalista  Joshua Benoliel (1873-1932) é o autor deste "flagrante": antes da partida para França, no cais de embarque, em Alcàntara, dois militares do CEP estão anichados a um canto, junto a uma carroça, retirados do resto da tropa: vistos de perfil, um deles (lado esquerdo) escreve, em cima do joelho, uma carta  ou um postal que outro camarada (à direita) lhe dita , e terá por certo como destinário a sua família, algures na terra...

É uma cena tocante, pela solicitude, pela camaradagem, pela entreajuda, pelo momento único de separação, saudade, angústia e incerteza, que representava para aqueles rapazes a partida para a guerra.  

Na  cobertura jornalística  que fez da partida do  CEP (Corpo Expedicionário Portuguès) para França, entre janeiro e outubro de 1917, o Joshua Benoliel privilegiou estes cenas mais intimistas da separação e da despedida.

De acordo com o censo de 1911, em 5,960 milhões de habitantes, 75,1% eram analfabetos,  (68,4% dos homens e 81,2% das mulheres), com maior predominância nas zonas rurais.

____________

Nota do editor:

Último poste da série > 4 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25033: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte VII: outra foto fabulosa, intimista, do Joshua Benoliel, na partida do CEP para França: uma jovem mulher despede-se do marido (ou do pai ?), com a mãe ao lado, de xaile; olha-o, olhos nos olhos, e com a sua mão direita afaga o pescoço do militar, que era do RI 14 (Viseu)

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25033: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte VII: outra foto fabulosa, intimista, do Joshua Benoliel, na partida do CEP para França: uma jovem mulher despede-se do marido (ou do pai ?), com a mãe ao lado, de xaile; olha-o, olhos nos olhos, e com a sua mão direita afaga o pescoço do militar, que era do RI 14 (Viseu)



Legenda: "À partida para França: uma despedida afectuosa". ("Cliché": Benoliel)


Capa da Ilustração Portuguesa, II Série, nº 582, Lisboa, 16 de abril de 1917. (Edição semanal do jornal "O Século"; editor lit.: José Joubert Chaves; nº avulso: 12 centavos.)

1. Mais outra foto (ou "cliché") intimista do Joshua Benoliel, fotojornalista (1873-1932), considerado o pai da reportagem fotográfica em Portugal. Esta é outra foto fabulosa: uma jovem mulher despede-se do marido (ou do pai ?), com a mãe (presumivelmente)  ao lado, de xaile, tapada dos pés à cabeça; olha-o, olhos nos olhos, e com a sua mão direita afaga o pescoço do militar, que era do RI 14 (Viseu); o gesto afectuoso, de ternura e de encorajamento,  é surpreendente por ser em lugar público, e as mulheres portugueses estarem ainda longe de ter protagonismo na vida (e na via) pública; nenhum fotógrafo fez fotos como estas do Benoliel na despedida dos soldados durante a guerra colonial, no cais da Rocha Conde de Óbidos;  não fez ou a censura estado-novista nunca terá deixado publicar.


Joshua Benoliel (segundo a Wikipédia):

(i) nasceu em Lisboa em 1873, no seio de uma família judia originária de Gibraltar;

(ii) fez a cobertura jornalística dos grandes acontecimentos da sua época: as viagens ao estrangeiro dos últimos dois reis portugueses; a revolução de 1910; as revoltas monárquicas durante a Primeira República; o CEP que partiu para França e combateu na Flandres durante a I Grande Guerra; a ditadura de Sidónio Pais...

(iii) as suas fotografias caracterizam-se pelo seu enfoque intimista e humanista

(iv) trabalhou para, entre outras publicações o jornal O Século, as revistas Illustração Portugueza, O Occidente (1878-1915), o Panorama (1837-1868):.

(v) em 1929, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada;

(vi) morreu erm Lisboa em 1932. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P25010: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte IV: as mulheres que ficaram na retaguarda enquanto o CEP partia para França em 1917



Legenda:   "No cais de embarque: perguntando por um parente que também deve partir". ("Cliché" Benoliel)


Capa da "Ilustração Portuguesa",  II Série, nº 580, Lisboa, 2 de abril de 1917. Edição semanal do jornal "O Século", Ed. lit: José Joubert Chaves. Com a devida vénia à Hemroteca Digital de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa.(*)


1. A partida de 60 mil homens do CEP (Corpo Expedicionário Português) para França, ao longo dos 3 primeiros trimestres de 1917,  emocionou o país. 

A participação portuguesa no esforço de guerra contra a Alemanha (que também ameaçava as colónias portuguesas em África, nomeadamente Angola e Moçambique) foi uma jogada geoestratégica e diplomática da República: ao lado dos aliados (França e Inglaterra), que iriam derrotar a Alemanha, Portugal conseguiu manter o seu "império colonial" e a jovem república portuguesa marcou pontos na Europa (e no Mundo). Mas a guerra iria tornar-se extremamemte impopular e dar origem origem a uma grave crise econónima e turbulência política. Em 28 de maio de 1926 o gen Gomes da Costa (1863-1929) (um dos heróis do CEP na Flandres) vai ser o carrasco da República, ao comandar a força rebelde, que marcha de Braga para Lisboa, onde entra vitorioso e sem resistência. Dava-se início à Ditadura Militar e depois ao Estado Novo (1933-1974) .

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P25002: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte III: Comprando fruta antes de partir para a guerra: maia um feliz "cliché do Benoliel"...



Legenda: "A caminho de França: Comprando fruta antes do embarque". (Foto de Joshus Benoliel)



Capa de "Ilustração portuguesa",  II Série, nº 578, Lisboa, 19 de março de 1917, (Fonte: Hemeroteca Digital de Lisboa / Càmara Municipal de Lisboa) (com a devida vémnia...)


1. A "Ilustração Portuguesa" fez uma detalhada cobertura fotográfica da participação portuguesa na I Grande Guerra. O grande fotojornalista Joshua Benoliel  é autor de várias capas da revista com cenas da partida do Corpo Expedicionário Português (CEPpara França, logo no 1º trimestre de 1917.

A 30 de janeiro, embarcaram em três navios a vapor britànicos, no Tejo, as tropas da 1.ª Brigada do CEP, comandada pelo general Gomes da Costa. Irão desembarcar passados 3 dias, no porto de Brest, na Bretanha, noroeste da França. A 22 de fevereiro seguiu um segundo contingente do CEP. E outros mais se hão de seguir até ao 4º trimestre desse ano.

O perimeiro soldado português a morrer em combate na Frente Ocidental Europeia foi o António Gonçalves Curado. A 4 de abril de 1917,

Diz a Wikipedia, a seu respeito: "

(...) "Em 3 de abril de 1917, a quarta companhia do Regimento de Infantaria 28 chegou à zona de Laventie, que deveria defender, em conjunto com as tropas britânicas. (...)( No dia seguinte, os alemães começaram a bombardear com morteiros as trincheiras, tendo uma das bombas caído sobre o abrigo onde se situavam António Gonçalves Curado e outros dois soldados portugueses. (...) Gonçalves Curado ficou gravemente ferido, acabando por falecer pouco tempo depois, enquanto que os seus dois companheiros apenas receberam alguns ferimentos ligeiros. (...)

"Na altura em que foi atacado, estava a escrever num livro de apontamentos, que sobreviveu, tendo a sua última entrada sido: 'Estou nas trincheiras da 1.ª linha a 100 metros dos boches. Caem granadas por todos os lados. Já tenho visto hoje a morte muitas vezes à roda de mi.. ' (...). A última palavra não chegou a ser concluída, devido à explosão que o vitimou." (...).


Era natural da Barquinha e tinha 22 anos.

domingo, 24 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24998: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte II: Outro "cliché" tocante do Joshua Benoliel (1873-1932): o adeus à família, por parte de um militar do CEP que parte para França





Capa da Ilustração Portugersa, II Série, nº 577, Lisboa, 12 de março de 1917. Mais uma grande foto do Joshua Benoliel, com um militar do CEP a despedir-se da filha pequena e da esposa, antes do embarque para França, no cais de Alcântara, no 1º trimestre de 1917 (*)... Com a devida vénia à Hemeroteca Digital de Lisboa, uma plataforma da Câmara Municipal de Lisboa.

A legenda diz: "Tropas portuguesas para França: acariciando a filha antes do embarque".

A "Ilustração Portuguesa" era um semanário,  propriedade da empresa que publicava o jornal "O Século". Lançada em novembro de 1903, manteve-se até 1993, mas só até 1931 com regularidade semanal. 

A sua marca distintiva era a imagen, primeiro a gravura, depois a fotografia. Como ela colaboravam grandes fotógrafos portugueses como o nosso já conhecido Joshua Benoliel.

Esta é uma belíssim imagem com mais de um século... Tem um enorme poder de evocação: é impossível não vir  à "tona de água da nossa memória",  cenas dos nossos embarques, nos anos 60/70, para a guerra de África, no  Cais da Rocha Conde d'Óbidos.  

Boas festas para os nossos leitores, e tanto quanto possível uma Consoada Feliz na companhia das pessoas que mais amam e estimam. E paz na terra para todos os homens e mulheres de boa vontade. Infelizmente, na qualidade de antigos combatentes,  nenhum de nós  se  pode abstrair da brutalidade da guerra, hoje, no nosso planeta,  na nossa casa comum. Na Noite de Natal de 2023 haverá  ainda canhões a disparar e a matar.
______________

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24763: Ser solidário (262): Fundação João XXIII - Casa do Oeste, Ribamar, Lourinhã: parafraseando Friedrich Schiller, "não temos em nossas mãos a solução de todos os problemas da Guiné-Bissau, mas perante os seus problemas temos as nossas mãos" - Fotogaleria (2014) - II (e última) Parte: agricultura, saúde e educação, três áreas-chave











 

Facebook da Fundação João XXIII - Casa do Oeste > Fotogaleria > 2014 > II (e última) Parte > A pacata vida em Ondame (a sudoeste de Quinhamel, capital da região do Biombo),  onde se situa a Clínica Bom Samaritano - Centro materno-infantil de Ondame e  a Biblioteca de Ondame  (dois projetos apoiados pela Fundação),  contrasta com a vida mais agitada de Bissau (de que se publicam as três últimas fotos acima).





Très projetos emblemáticos em que a Fundação João XXIII está (ou esteva, em 2014, à data desta documentalái fotográfica) empenhada.

(Seleção e edição de fotos / legendagem,  para efeitos de publicação deste poste: LG) (Com a devida vénia...)



Guiné > Região de Biombo > Carta de Quinhamel (1952) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Quinhamel, Ondame e rio Mansoa

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)
______________

Caro leitor: Para apoiar os projectos com a Guiné-Bissau pode depositar  uma pequena oferta  na conta da Fundação João XXIII - Casa do Oeste.

NIB:0033.0000.45308228096.05

IBAN: PT50.0033.0000.45308228096.05 

SWIFT/BIC: BCOMPTPL


Nota: Os donativos terão recibo e serão considerados no IRS
___________

Nota do editor:

Último poste da série >  16 de outubro de 2023 >
Guiné 61/74 - P24760: Ser solidário (261): Fundação João XXIII - Casa do Oeste, Ribamar, Lourinhã: parafraseando Friedrich Schiller, "não temos em nossas mãos a solução de todos os problemas da Guiné-Bissau, mas perante os seus problemas temos as nossas mãos" - Fotogaleria (2014) - Parte I

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24738: Manuscrito(s) (Luís Graça) (236): Da minha varanda virada para poente...








Lourinhã, 5, 8 e 9 de outubro de 2023 > Da minha varanda, virada para poente... Paul Cézanne não passou por aqui, nem o Amadeo Sousa Cardoso.  Nem sequer o Almada Negreiros. Muito menos 
o Giorgio de Chirico.

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (Imagens HDR - High Dynamic Range, tiradas sem tripé)


Da minha varanda virada para poente...


Da minha varanda, virada para poente,
não vejo o mar,
mas vejo o sol a pôr-se sobre o mar,
a dois quilómetros em linha reta,
na praia do Porto das Barcas, ou da Peralta, 
para lá da Atalaia ou do Montoito.

Em boa verdade a 149,6 milhões de quilómetros de distància.
Há 150 milhões de anos os dinossauros iam a pé a Nova Iorque.
Há três séculos corsários e piratas infestavam a costa.

Mas que importa a insignificância da minha posição  no universo
e a impossilidade de percorrer, 
por muitos anos que eu vivesse,
a distância que me separa do astro-rei
a que me liga o cordão umbilical da vida.

Da minha varanda vejo uma nesga do mundo,
as casas ou os telhados das casas dos meus vizinhos,
fulano, sicrano e beltrano,uns novos, outros antigos,
a maior parte dos quais eu já não conheço,
ou não conheço de todo.

Lembro-me sobretudo dos que já morreram,
e que no seu tempo foram poderosos e temidos, uns,
estimados e amados, outros.
Hoje resta o seu nome nas placas toponímicas, ou nem isso.
Ou uma vaga memória nas suas casas, outrora solarengas, em ruinas.

Da minha varanda, em L,
na parte virada para o norte e o nascente, 
digo bom  dia ao sol que renasce, 
muito para lá da serra de Montejunto,
e que me dá força
para percorrer os trinta passos da minha ginástica matinal.
O bom dia é a mais universal e amiga saudação 
que se pode desejar aos vizinhos e aos estrangeiros.
 
Mais do que vizinho, 
mesmo a 149,6 milhões de quilómetros de distància,
o sol é meu amigo, companheiro e camarada.

Luís Graça

Lourinhã, edifício Canoa, 9 de outubro de 2023. 

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (Imagens HDR - High Dynamic Range, tiradas sem tripé)
__________________

Nota do editor: